Notícias

Regularização de criptos no Brasil geraria R$ 250 mi em impostos, mostra levantamento

As exchanges estrangeiras têm o maior pedaço do bolo do setor nacional

As exchanges estrangeiras sem domicílio no Brasil não pagam os mesmos impostos que as corretoras nacionais, o que gera concorrência desleal e insegurança no mercado cripto brasileiro, além de impedir o país de arrecadar cerca de R$ 250 milhões.

É esse o panorama da criptoeconomia brasileira retratado em um levantamento da LCA Consultores, realizado a pedido da Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCripto). O material foi apresentado no Criptorama, evento cripto que acontece em São Paulo entre os dias 8 e 9 de novembro.

“A proeminência das exchanges não totalmente domiciliadas enfraquece a regulação nacional sobre as transações realizadas com criptoativos, prejudicando também a arrecadação”, segundo o material divulgado no encontro.

Há 26 exchanges nacionais, duas nacionalizadas, cinco parcialmente nacionalizadas e duas estrangeiras. As corretoras dentro das últimas duas categorias não estão totalmente sujeitas às legislações regulatórias e tributárias brasileiras, mas têm o maior bolo do market share nacional.

Só a Binance, maior corretora cripto do mundo em volume negociado, concentrou 30% das transações de Bitcoin (BTC) no Brasil em 2021, segundo o estudo. Na sequência estão a plataforma BitPreço e a exchange Mercado Bitcoin, com 13% cada uma – ambas com sede no Brasil.

Em 2021, o recolhimento de Pis/Cofins, ISS, IRPJ e CSLL das corretoras nacionais, bem como o IOF incidido em importações de criptoativos, gerou R$ 314 milhões de arrecadação total, segundo os dados citados no material.

“Se a regulação englobasse as exchanges estrangeiras e parcialmente nacionalizadas, haveria potencial de aumento de até 79% na arrecadação, equivalente a R$ 247 milhões em 2021”, disse o estudo.

Para chegar ao valor, os responsáveis pelo estudo usaram informações coletadas no CoinTrader Monitor, Livecoins, CoinMetrics, Messari.io, Bitcoinity e Banco Central do Brasil.

De acordo com o material, a regulação do mercado de criptomoedas poderia ajudaria na construção de um ambiente seguro. O projeto de lei que trata da regulamentação do setor cripto nacional está há meses parado na Câmara dos Deputados.

Mercado aquecido

Apesar de todo o imbróglio jurídico e tributário envolvendo as exchanges nacionais e internacionais, o interesse do brasileiro pelo mercado cripto brasileiro não para de crescer.

O número de pessoas físicas e empresas que negociam ativos digitais cresceu em média 500% nos últimos quatro anos, segundo dados da Receita Federal.

No terceiro trimestre deste ano, a quantidade de CPFs declarando compras com BTC e altcoins chegou a 1.490.618, contra 794.981 no fim do segundo trimestre.

Só em 2021, segundo dados do CoinTrader Monitor, investidores brasileiros transacionaram R$ 103 bilhões em Bitcoin em exchanges em operação no Brasil. O total de saques foi de US$ 85 bilhões no período.

voltar

Links Úteis

Indicadores diários

Compra Venda
Dólar Americano/Real Brasileiro 5.5412 5.542
Euro/Real Brasileiro 6.1478 6.1558
Atualizado em: 23/09/2024 18:21

Indicadores de inflação

06/2024 07/2024 08/2024
IGP-DI 0,50% 0,83% 0,12%
IGP-M 0,81% 0,61% 0,29%
INCC-DI 0,71% 0,72% 0,70%
INPC (IBGE) 0,25% 0,26% -0,14%
IPC (FIPE) 0,26% 0,06% 0,18%
IPC (FGV) 0,22% 0,54% -0,16%
IPCA (IBGE) 0,21% 0,38% -0,02%
IPCA-E (IBGE) 0,39% 0,30% 0,19%
IVAR (FGV) 0,61% -0,18% 1,93%