Notícias
Importante e necessária, isenção de imposto para painéis solares volta à pauta
Por Luciano Ramos Volk
Até as previsões mais pessimistas sobre mudanças climáticas estão errando, e para menos, frente aos reflexos que o mundo apresenta, como no Brasil, que enfrenta uma de suas mais severas secas de todos os tempos. Os fatores são diversos, todos frutos da ação do homem na natureza, e com impacto negativo em todos os setores da economia. E tornam-se cada vez mais urgentes políticas públicas para acelerar o importante e inevitável processo de transição energética.
Estamos a poucas semanas da COP 30 e a discussão precisa amadurecer. Como o projeto de Lei 1583/24, que isenta do Imposto de Importação os painéis solares desmontados ou montados necessários à instalação dos sistemas de energia fotovoltaica. O texto está em análise na Câmara dos Deputados.
Desde janeiro de 2024, os painéis solares montados estão sujeitos ao Imposto de Importação, com alíquota de 10,8%, além de serem submetidos a cotas que visam limitar as compras no exterior. O objetivo é fomentar a produção nacional de painéis solares.
A proposta da PL é um importante incentivo para reduzir os custos para o consumidor final e
incentivar a adoção de tecnologias sustentáveis e a transição energética para fontes mais limpas e renováveis. Ainda que dependemos das fontes fósseis, nos períodos que não temos vento ou chuvas, caso das eólicas e hidrelétricas.
Neste nicho, dos painéis solares, a capacidade instalada de energia solar no Brasil é de 10,3 GW, e 99% de todos os módulos vieram da China, de acordo com Ministério do
Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Antes de ser aprovada pelo Senado e se torne lei, a PL precisa passar pelas seguintes etapas na Câmara dos Deputados: análise nas comissões de Minas e Energia, Finanças e Tributação e Constituição e Justiça e de Cidadania.
A tributação de 10,8% tinha o efeito de proteger a indústria local contra a invasão dos produtos importados, mas houve o efeito contrário: elevaram os preços dos sistemas
fotovoltaicos, afetando diretamente consumidores e empresas que investem na geração de energia solar.
A aprovação desse projeto poderá marcar um novo marco em direção à ampliação da matriz energética limpa e sustentável, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis e
promovendo o desenvolvimento de tecnologias verdes.
Entretanto, tende a permanecer debate sobre o equilíbrio entre incentivos à importação e a proteção da indústria nacional. Mas, como via de regra, é impossível agradar a todos do setor produtivo. Nem o consumidor, tão pouco a natureza, podem esperar mais, e pagar esse preço alto.
*Luciano Ramos Volk é advogado, sócio do VGF Advogados e um especialista no tema.
Links Úteis
Indicadores diários
Compra | Venda | |
---|---|---|
Dólar Americano/Real Brasileiro | 5.749 | 5.75 |
Euro/Real Brasileiro | 6.1013 | 6.1162 |
Atualizado em: 12/11/2024 23:22 |
Indicadores de inflação
08/2024 | 09/2024 | 10/2024 | |
---|---|---|---|
IGP-DI | 0,12% | 1,03% | 1,54% |
IGP-M | 0,29% | 0,62% | 1,52% |
INCC-DI | 0,70% | 0,58% | 0,68% |
INPC (IBGE) | -0,14% | 0,48% | 0,61% |
IPC (FIPE) | 0,18% | 0,18% | 0,80% |
IPC (FGV) | -0,16% | 0,63% | 0,30% |
IPCA (IBGE) | -0,02% | 0,44% | 0,56% |
IPCA-E (IBGE) | 0,19% | 0,13% | 0,54% |
IVAR (FGV) | 1,93% | 0,33% | -0,89% |